Fundação, Origem do Nome e do Uniforme

Por Patrick G. Alves




O Botafogo foi coisa de moleque. Dois jovens estudantes, a saber Flávio da Silva Ramos e Emanuel de Almeida Sodré, alunos da 4ª série, trocavam bilhetes durante uma aula de álgebra, quando o professor interceptou um dos bilhetes que dizia:



"Itamar tem um clube de futebol que joga na Martins Ferreira. Vamos fundar outro, aqui, no Largo dos Leões? Podemos falar aos Werneck, ao Arthur César, ao Vicente, ao Jacques"



A partir dessa ideia de garotos, surgia o Botafogo...

Era então 12 de agosto de 1904, signo? Leão!(tal como eu) Orgulhoso por natureza.

Em sua primeira reunião, realizada na casa de Dona Chiquitota, avó de Flávio, a "diretoria" utilizou-se de um talão de um clube de pedestrianismo(atividade esportiva dos que caminham) chamado Electro Club para as cobranças de sua primeira mensalidade (dois mil réis).

Em sua segunda reunião foi levantada a questão: Qual será o nome do clube? Electro Club?

Dona Chiquitota então interviu:



"Que falta de imaginação! Morando onde vocês moram, o clube só pode se chamar Botafogo"



Itamar Tavares, um dos jovens que se associara ao Botafogo, propôs que o clube usasse uma camisa listrada de preto e branco inspirada no uniforme da Juventus (time pelo qual torcia enquanto esteve na Itália) - era comum na época que os jovens fossem mandados à Europa para estudar, assim o futebol chegou ao Brasil com Charles Miller em 1984, ao retornar de uma dessas estadias no velho continente.
E alguns desses personagens citados no bilhete formaram o Botafogo campeão de 1907, nosso primeiro título estadual.
Equipe campeã de 1907(título só reconhecido em 1996).

Em pé: Álvaro Werneck, Raul Teixeira Rodriguez, Octávio Werneck;

Sentados: Norman Hime, Antonio Luiz Werneck, Luiz Martins da Rocha "Lulu";

No chão: José Ataliba Sapaio, Flávio da Silva Ramos, João Batista Canto, Gilbert Hime, Emmanuel de Almeida Sodré.

Foto: http://www.iffhs.de/

Fonte: Botafogo Entre o Céu e o Inferno, Sérgio Augusto, 4ª Reimpre., Rio de Janeiro, Ediouro, 2004